Conhecido por oferecer os cursos de graduação de mais alto nível do País, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) também é famoso por ter um vestibular difícil e concorrido. Ao saber disso, Victor Raniery Silva de Holanda, então com 14 anos, não se intimidou. Ficou até mais motivado em estudar e passar na prova. Apesar da pouca idade, já cursava o último ano do Ensino Médio no colégio Ari de Sá, em Fortaleza, que aprovou outros 18 alunos no ITA. Em 2015, estudava de 12 a 13 horas por dia, de segunda à sexta-feira. O esforço deu certo: no dia 30 dezembro, viu seu nome entre os aprovados do curso de Engenharia Mecânica Aeronáutica. “Consegui isso graças à minha dedicação. Todos contam que eu sempre fui assim, desde criança”, diz Victor, do alto de seus 15 anos. “Não precisava de incentivo pra estudar. Fazia porque gostava.” O pai do garoto, o consultor jurídico Volney Teixeira de Holanda, 51 anos, afirma que desde pequeno o filho sempre teve uma característica importante: era muito curioso. “Tudo ele perguntava. Olhava pro céu e questionava o que tinha na lua, como funcionava o avião”, diz. Morando em São José dos Campos, sede do instituto, desde o dia 15 de janeiro, Victor ainda está no treinamento de instruções militares. As aulas mesmo só começam no dia 22 de fevereiro. “Aí sim vou começar a estudar o que quero pra valer”, afirma o pequeno gênio.

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SUCESSO
Acima, Victor Ranyere, que passou no ITA aos 15; abaixo,
Victor Teles, aprovado em Medicina aos 14 anos;

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Por mais inusitado que pareça um garoto recém-saído da infância entrar numa das mais concorridas universidades do Brasil, o caso de Victor Ranyere não é o único. Aos 14 anos, Victor Teles foi aprovado em medicina na Universidade Federal de Sergipe (UFS), em 2015, após tirar uma nota alta no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Para provar a todos que não havia sido sorte, repetiu a prova um ano depois e obteve uma pontuação ainda melhor. Vindo de escola pública, o sucesso tornou-o famoso. Escreveu um livro, “Como Vencer aos 14” (ed. Foz), falando sobre o êxito no Enem, e dá palestras motivacionais. Quando questionado sobre se acredita ter um dom especial, responde com bom humor. “Coitado de mim”, diz. “O segredo é ter foco e treinar muito.” Uma das coisas que ele salienta é que, desde pequeno, nunca foi obrigado pelos pais estudar. “Eles me explicavam por que era importante ir para a escola e me conscientizaram. Acho que tem que ser por aí mesmo.” Quando as aulas na universidade começaram, já conhecia os colegas, então não houve nenhum estranhamento. E sobre o conteúdo do curso de medicina também diz não ter enfrentado nenhuma dificuldade até agora. “Acho até que estudar para o Enem é ainda mais difícil”, arrisca o adolescente de 15 anos, que deve se formar médico antes dos 20. 


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