Enquanto planejava a criação de Tomorrowland, seu segundo parque de diversões na Flórida, durante a década de 1960, Walt Disney imaginou a inclusão de uma comunidade que serviria como base de testes para inovações no planejamento urbano de novas cidades. Batizado de Epcot (“Experimental Prototype Community Of Tomorrow”), o projeto acabou engavetado após a morte do seu criador, em 1966, e se tornou apenas um parque anexo para visitação. Uma das maiores apostas da Disney para este ano, com investimento de US$ 190 milhões e George Clooney encabeçando o elenco, o filme “Tomorrowland – Um Lugar Onde Nada é Impossível”, tenta recuperar a utopia original do criador da companhia, resgatando sua visão cenográfica de um futuro conduzido pelo bom-senso e o equilíbrio entre a ética e as tecnologias em arranha-céus que atravessam nuvens e transportes velozes e acessíveis a todos. Dirigido por Brad Bird (“Ratatuille”), que assina o roteiro com o produtor Damon Lindelof (de “Lost”), o filme estreia em todo o Brasil na quinta-feira 4.

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CIDADE DO AMANHÃ
Tomorrowland (acima), e os personagens de George Clooney, Raffrey Cassidy
e Britt Robertson (abaixo), que lutam para salvar a urbe imaginada por Walt Disney

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Apesar da grande expectativa, o desempenho nos Estados Unidos, onde entrou em cartaz em 22 de maio, foi o pior dos últimos cinco anos, entre os lançamentos da Disney. O longa faturou US$ 32,9 milhões nos primeiros três dias de exibição no país, tornando-se a estreia menos rentável do estúdio desde “Princípe da Pérsia”, de 2010. No mesmo período do ano passado, “Malévola” rendeu US$ 69,4 milhões no final de semana de estreia, o que é mais que o dobro. Tão otimista quanto as previsões frustradas da empresa, a trama abre com o garoto Frank Walker sendo transportado da Feira Mundial de Nova York, em 1964, para Tomorrowland, uma cidade que reproduz as imagens mais antigas que se tem de um futuro. O menino se torna um adulto desiludido e cínico vivido por Clooney, que reencontra sua crença na cidade do futuro.

A fotografia do filme foi inspirada no primeiro Tomorrowland, parque aberto em 1955 dentro da Disneylândia, na Califórnia. Uma das características da atração era a presença maciça de atrações patrocinadas por grandes empresas, como a Monsanto. Ao longo do tempo, outras quatro unidades do Tomorrowland foram inauguradas em diferentes parques da Disney, como o da Flórida, e uma quinta está programada para abrir em Shangai, na China, ainda este ano. Adaptando-se ao atual cenário da economia global, a atração promete continuar atraindo os fãs, mas de uma maneira um pouco menos ingênua do que o filme tenta convencer ser possível.

Fotos: Divulgação 

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