Ao lado de lojas de grifes de luxo como Gucci, Ralph Lauren e Louis Vuitton, uma boutique chama a atenção em uma charmosa rua de Aspen, cidade que abriga um dos maiores resorts de inverno dos Estados Unidos. Entre prateleiras de vidro e mostruários que se assemelham aos de uma joalheria, estão à venda variedades de cannabis. A suntuosa loja, batizada de Silverpeak Apothecary, é o mais recente reflexo da legalização da maconha para uso recreativo em quatro estados americanos (Washington, Washington D.C., Colorado e Alasca), mudança que agora ganha ares gourmet. Além do surgimento de boutiques de luxo, a descriminalização do consumo e venda da droga também impulsionou a criação de uma nova profissão: o sommelier de cannabis.

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GRIFE
A Silverpeak Apothecary, em Aspen: com aspecto de joalheria
e ao lado de Gucci e Louis Vuitton

Assim como o vinho, “os diferentes tipos de maconha também apresentam diferenças em estrutura, aroma e sabor”, diz Max Montrose, autor de “The Art and Science of Everything Cannabis” (“A Arte e a Ciência da Cannabis”, em tradução livre). Cada espécie da planta também produz diferentes efeitos em quem a consome, variando de euforia à sonolência, por isso o trabalho desses degustadores tem sido cada vez mais requisitado. Os funcionários das lojas que vendem a droga legalmente já estão sendo chamados de “budtenders” (junção de “bartender” com “bud”, palavra que serve para designar a flor da erva, em inglês).

E o mercado da maconha promete se expandir. Apenas nos EUA, estima-se que mais 14 estados legalizarão o uso recreativo da droga até 2020. Além dos quatro que já aprovaram a medida, atualmente outros 24 permitem o consumo da droga para fins terapêuticos. Em abril, o cantor de música country americano Willie Nelson, de 81 anos, anunciou que pretende lançar sua própria marca de maconha, a “Willie’s Reserve.