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Em nota sem assinatura do ministro Guido Mantega ou do ministro indicado Joaquim Levy, o Ministério da Fazenda avalia que a alta de 0,1% do PIB no terceiro trimestre ante o segundo trimestre deste ano, divulgada nesta sexta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a economia entrou em processo de retomada do crescimento econômico, "embora em ritmo ainda modesto".

"A economia brasileira apresenta fundamentos macroeconômicos sólidos e tem todas as condições para apresentar no quarto trimestre e em 2015 um crescimento mais intenso, garantindo e ampliando as conquistas da população brasileira, em especial para a população trabalhadora e de menor renda", informa a nota.
 
O texto frisa que, apesar do ritmo ainda inferior ao desejado do PIB brasileiro, "é necessário destacar que o País registrou em outubro a menor taxa de desemprego da série histórica, 4,7%, e continuou aumentando a renda dos trabalhadores. Isso significa que a massa salarial continuou crescendo, mas o desempenho do mercado interno tem sido contido pela falta de crédito". A nota aponta, ainda, que o "bem sucedido desempenho do mercado de trabalho" é resultado da estratégia de política econômica anticíclica, que mitigou os impactos da desaceleração econômica mundial e doméstica sobre os trabalhadores.
 
O Ministério da Fazenda ainda destacou a expansão de 1,7% da indústria e de 1,3% dos investimentos. "Os indicadores antecedentes e coincidentes sinalizam a continuidade dessa trajetória de melhora no quarto trimestre. A retomada do investimento é fundamental para que o crescimento econômico se acelere e tenha sustentação ao longo do tempo". Sobre a queda de 1,9% na agricultura, o Ministério da Fazenda alegou que foi provocada basicamente pela seca prolongada, que afetou culturas importantes, como cana-de-açúcar e café.
 
Além disso, a pasta avaliou que a demanda interna mostrou enfraquecimento no terceiro trimestre, como mostra a queda de 0,3% do consumo das famílias. Na avaliação da equipe, esse quadro reflete a escassez de crédito em um ambiente de restrição monetária para combater a inflação. "É importante destacar que o crédito começa a dar sinais de melhora, mas ainda está aquém do necessário para levar a taxa de crescimento do consumo das famílias para uma situação de normalidade".
 
A assessoria de imprensa informou que o ministro Guido Mantega não concederá entrevista coletiva para comentar o resultado do PIB.