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A presidente Dilma Rousseff vai anunciar o nome de Joaquim Levy como o novo ministro da Fazenda e de Nelson Barbosa para liderar o ministério do Planejamento, como especulado pelo mercado. O anúncio oficial deve ser feito no fim da tarde desta sexta-feira (21), após o fechamento do mercado financeiro.

A semana foi de expectativas em torno do anúncio da nova equipe econômica. A presidente Dilma realizou várias reuniões com possíveis candidatos ao cargo de ministro da Fazenda. Ontem, o banqueiro Luís Carlos Trabuco, do Bradesco, recusou formalmente o convite, alegando compromisso com o banco.

Joaquim Levy chega ao Ministério da Fazenda como uma espécie de azarão. Dilma queria, em primeiro lugar, o presidente executivo do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. O executivo, considerado o sucessor natural de Lázaro Brandão na presidência do Conselho de Administração do Bradesco recusou a proposta, após ter se reunido com Dilma em Brasília. Trabuco alegou que não poderia deixar o banco neste momento. Ainda não é claro se a sugestão para Levy assumir o cargo partiu dele, de Brandão, que também se reuniu com Dilma esta semana, ou do ex-presidente Lula, que teve Levy em sua equipe no primeiro mandato.

O fato é que pouca gente apostava em seu nome nas últimas semanas. As fichas estavam concentradas em Trabuco e Nelson Barbosa. Joaquim Levy foi secretário do Tesouro Nacional na gestão do ex-ministro Antonio Palocci, durante o governo Lula e atualmente é o diretor-superintendente do Bradesco Asset Management, braço de gestão de recursos Bradesco. Ou seja, para muita gente, mesmo fazendo seu diretor executivo recusar a proposta de ser o novo ministro da Fazenda, Lázaro Brandão conseguiu emplacar alguém de sua confiança na pasta mais importante do governo.

Barbosa, o ex-secretário-excutivo da Fazenda, na gestão de Guido Mantega no primeiro mandato de Dilma, retorna fortalecido ao governo. Vai assumir o Planejamento em um momento delicado. Pela primeira vez em muitos anos o governo terá que fazer um ajuste fiscal duro para conseguir retomar as metas do superávit primário, que neste ano, ainda que com muito malabarismo, será impossível de ser cumprido.
 

Nomes para banco públicos também começam ser definidos
Apesar de ter descartado para esta sexta-feira, 21, o anúncio dos novos ministros, a formação do ministério para o segundo mandato de Dilma Rousseff começa a ganhar forma. Além de Armando Monteiro Neto para o Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a presidente Dilma Rousseff também teria decidido manter Luciano Coutinho à frente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Segundo uma fonte ouvida pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, Coutinho ficará como presidente da instituição pelo menos no primeiro ano do segundo mandato da presidente. Dilma avisou hoje pela manhã ao ministro do Desenvolvimento, Mauro Borges, que ele não ficará no cargo. Um interlocutor próximo ao ministro acredita que ele deve compor a equipe do governo eleito de Minas Gerais, Fernando Pimentel, de quem é amigo e trabalhou junto no governo Dilma. Borges ajudou o então ministro Pimentel na elaboração da política industrial do governo e foi presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

Borges, segundo fonte, não pretende esperar até o final do ano para deixar o cargo. A informação que circula é a de que Monteiro Neto deve tomar posse já nos próximos dias. Esse pode ser o destino também do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Interlocutores do governo admitem que ele pode não esperar até 31 de dezembro para deixar o cargo.

Além do BNDES, uma fonte disse que a presidente também teria decidido que não haverá mudança na Caixa. O petista baiano Jorge Hereda tem a simpatia de Dilma e é muito ligado ao governador da Bahia, Jaques Wagner. Hereda ocupa a presidência da Caixa desde 2011, quando foi alçado ao cargo, depois de exercer a vice-presidência de Governo da instituição.

Dilma fará mudança, no entanto, na presidência do Banco do Brasil. O secretário executivo do ministério da Fazenda, Paulo Rogério Caffarelli, continua sendo o mais provável para substituir Aldemir Bendine.