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Com 56% dos votos, José Melo (PROS) foi reeleito governador do Amazonas, derrotando o senador Eduardo Braga (PMDB). Ele foi escolhido para continuar no cargo, mesmo após suspeitas envolvendo-o a favorecimento político por uma facção criminosa e pela Polícia Militar do Estado. José Melo tornou-se governador em abril. Ele era vice de Aziz (PSD) que deixou a cadeira para disputar o Senado (venceu, com 59% dos votos). A campanha foi atribulada desde o começo. Em setembro, Melo foi acusado de ter sua campanha favorecida por chefes da segurança pública suspeitos de abuso de poder, envolvimento com madeireiros e até assassinatos. A Procuradoria Regional Eleitoral do Amazonas chegou a pedir a cassação da candidatura do governador e o afastamento da cúpula da Polícia Militar no Estado alegando abuso de poder político – a investigação apontou que a cúpula da PM direcionou a atuação da tropa em prol de Melo.

Ainda antes do primeiro turno, seguindo determinação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o governo do Amazonas exonerou os militares envolvidos: os coronéis Eliézio Almeida da Silva e Aroldo da Silva Ribeiro, comandante e subcomandante gerais da PM no Estado. Além do favorecimento, Eliézio é acusado por outros PMs de favorecer madeireiros na rodovia AM-070, que liga Manaus a municípios na margem do Rio Negro. Aroldo também é um velho conhecido das páginas policiais: ele vai a julgamento em júri popular por participação num homicídio por meio de um grupo de extermínio por ligação no chamado caso Fred.

Em outra denúncia, uma gravação liga o subsecretário de Justiça do Estado, major Carliomar Barros Brandão, e o traficante José Roberto Fernandes Barbosa, líder da facção criminosa Família do Norte, num presídio de Manaus. No aúdio, eles negociam o apoio da organização à campanha de Melo. Exonerado, o subsecretário diz que a conversa foi manipulada.