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A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, negou que a escolha do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa, preso pela Polícia Federal, tenha sido por indicação política. "Paulo Roberto Costa não foi escolhido fora dos quadros da Petrobras, ele tem 30 ans de Petrobras. Antes de ir para a diretoria, ele fez uma carreira", disse, destacando passagens do executivo também no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso.A declaração foi feita durante entrevista ao programa "Bom Dia Brasil", da Rede Globo, veiculado na manhã desta segunda-feira (22).

A presidente garantiu que se responsabiliza por suas escolhas e reforçou que o ex-diretor tinha credenciais para assumir o cargo. "o Que eu escolhi pe responsabilidade minha (…). O senhor Paulo Roberto tinha credenciais para ser escolhido diretor", completou a presidente. Na época em que Costa atuou como diretor da Petrobras, Dilma presidia o conselho de administração da estatal.

Paulo Roberto da Costa assumiu a diretoria de Abastecimento da Petrobras em 2004, durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A indicação do ex-diretor para o cargo contou com apoio de políticos do PP e PMDB. Ele deixou o cargo em 2012. Dilma já havia afirmado que demitiu o ex-diretor por falta "de afinidade". "Ele não era uma pessoa que eu considerava afim com meu governo. Eu tirei porque eu não tinha nenhuma afinidade com ele", afirmou a presidente durante entrevista ao jornal O Globo no último dia 12.Dilma também repetu não ter conhecimento dos crimes de corrupção praticados pelo ex-diretor.

Costa é acusado de ter operado um esquema de desvio de recursos da Petrobras que seria destinado a políticos e partidos. O ex-diretor recebeu o benefício da delação premiada e revelou o nome de políticos e partidos que teriam sido beneficiados pelo esquema de desvio de recursos públicos operado por ele dentro da estatal.

O ex-diretor foi preso em março deste ano durante a Operação Lava Jato, mas foi posto em liberdade em maio após decisão do ministro do STF Teori Zavascki. Em junho, ele foi preso novamente após a descoberta de que Costa tinha US$ 23 milhões em contas secretas na Suíça.

“Nós estamos hoje com a Polícia Federal investigando. Temos uma investigação do Ministério Público, temos inclusive um instituto de delação premiada ocorrendo para poder descobrir o que acontece com crimes de corrupção. Eles não são praticados à luz do dia. Tem que ser investigado. Quem descobriu foi a PF ligado ao Ministério da Justiça, um órgão do meu governo. Quem instituiu todos os mecanismos de autonomia da PF foi o governo Lula. Se tiver indício ela vai investigar doa a quem doer. Nós não varremos pra debaixo do tapete…. Investigação não é no sentido jornalístico da palavra, é no sentido de quem produz prova, pra acabar com a impunidade”, afirmou.