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Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) concentraram nesta segunda-feira os principais duelos no segundo debate entre os candidatos à Presidência da República.

Enquanto Dilma e Marina, empatadas na liderança das intenções de voto nas pesquisas, travaram os principais confrontos, Aécio Neves (PSDB), agora numa distante terceira posição, concentrou seus ataques à presidente.

Por conta das regras do encontro realizado por SBT, Jovem Pan, UOL e Folha de S. Paulo, ele não duelou diretamente com Marina nenhuma vez

Já na primeira pergunta do debate, Dilma atacou a proposta de política econômica de Marina, afirmando que ela geraria desemprego e recessão, e seu discurso sobre governabilidade.

"Quem escolhe os bons não somos nós presidentes, é o povo brasileiro", disse Dilma em resposta ao discurso de Marina de que, se eleita, governará com os melhores no Congresso Nacional.

Marina, por sua vez, fez ataques duros à gestão da Petrobras e à polìtica econômica de Dilma e repetiu que a presidente não reconhece os problemas.

"A estabilidade econômica foi uma conquista da sociedade brasileira que, infelizmente, foi negligenciado no governo da presidente Dilma", disse a candidata do PSB.

Já Aécio disse mais uma vez que o governo Dilma fracassou e que ele representa uma mudança segura.

"A nossa mudança é uma mudança consistente", garantiu o tucano, acrescentando que não se "converteu" a posições diferentes do que defende há décadas, numa alusão ao histórico político de Marina, que durante muitos anos foi do PT.

Marina Stambém acusou Dilma de não ser capaz de reconhecer seus erros na política econômica.
 
"A candidata Dilma não consegue fazer uma coisa que é essencial para quem pretende um segundo mandato para governar um país como o Brasil, que é reconhecer os erros, porque se não reconhece os erros, não tem como repará-los", afirmou Marina em um dos momentos mais quentes do debate.
 
A candidata do Partido Socialista Brasileiro (PSB), disse que o Brasil sofre com "inflação alta", "baixo crescimento" e "juros altos".
 
Também mencionou as manifestações de junho de 2013 para ilustrar o descontentamento da população que, segundo ela, "paga um preço muito alto pela péssima qualidade dos serviços que estão prestados".
 
Dilma afirmou que a queda na atividade econômica do Brasil é "momentânea", garantiu que a inflação está "próxima de zero" e opinou que a economia internacional "não se recuperou da crise", que as grandes economias "têm altos e baixos".
 
O Brasil se encontra atualmente em recessão técnica, depois de registrar dois trimestres de crescimento negativo (-0,2% no primeiro e -0,6% no segundo).
 
A inflação em julho ficou em 0,01% e acumula um aumento de 6,5% nos primeiros sete meses do ano, atingindo o teto da meta do governo, segundo os números oficiais mais recentes.
 
As últimas pesquisas colocam Marina Silva como favorita nas eleições, superando a atual presidente no segundo turno.
 
Além de Dilma e Marina, participaram do debate o candidato tucano Aécio Neves, terceiro nas pesquisas, Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV), Levy Fidelix (PRTB) e pastor Everaldo Pereira (PSC).